Os sinais de Toffoli para comandar o CNJ
Advogados e conselheiros avaliam que críticas a juiz da Lava Jato revelam como será gestão a partir de setembro
As duras críticas do ministro Dias Toffoli ao juiz Marcelo Bretas feitas foram interpretadas no meio jurídico como um indício de como o magistrado do Supremo Tribunal Federal deverá atuar na presidência do Conselho Nacional de Justiça. Responsável por orientar a atuação administrativa do Judiciário e por dar a palavra final sobre a punição de magistrados, a troca de comando no órgão se dará em setembro, quando Toffoli assumirá a chefia do CNJ e do STF no lugar da ministra Cármen Lúcia.
Advogados que atuam no conselho e conselheiros ouvidos reservadamente pelo JOTA acreditam que a substituição na presidência do CNJ representará uma mudança no perfil do órgão. A aposta é de que ele adotará um estilo mais discreto, mas devendo discutir, por exemplo, o comportamento de magistrados em relação à imprensa e às redes sociais.
Uma das críticas de Toffoli a Bretas no julgamento que determinou o retorno do ex-governador Sérgio Cabral da penitenciária de Curitiba para a prisão do Rio de Janeiro, inclusive, foi sobre uma postagem do responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro em uma rede social: “Esse que pousou com metralhadora? É juiz ou justiceiro?”, disse ao comentar os ataques do colega Gilmar Mendes ao juiz de primeiro grau.
Ao reforçar as críticas de Gilmar, o ministro ainda contou o que sua falecida mãe, que costumava ir à missa, dizia sobre os padres que falavam mal do tamanho das saias das mulheres novas. “Minha mãe dizia: esse deve ser o mais tarado. Quando falava de criança, dizia que esse deve ser pedófilo. O moralismo esconde coisas cruéis”, comentou.
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