Negros representam menos de 1% do corpo jurídico de grandes escritórios
Estudo com nove grandes bancas traça panorama da falta de diversidade na advocacia nacional
Advogados negros representam menos de 1% do corpo jurídico de nove das maiores bancas do país. A conclusão é do Censo Jurídico 2018, de autoria do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT).
A pesquisa foi feita em parceria com a Aliança Jurídica pela Equidade Racial e a FGV Direito SP. A aliança tem o objetivo de aumentar a diversidade racial no mercado da advocacia e é formada pelos escritórios Trench Rossi, TozziniFreire, Mattos Filho, BMA, Demarest, Lefosse, Pinheiro Neto, Veirano e Machado Meyer.
A pesquisa, que será divulgada nesta quinta-feira (21/3) em evento na FGV-SP, coletou respostas de 3624 funcionários dos escritórios da aliança, incluindo: corpo jurídico, setor administrativo e auxiliares. O corpo jurídico contabiliza os cargos de advogado júnior, pleno, sênior e os sócios das bancas.
De acordo com a pesquisa, somente 19% de todos os funcionários dos escritórios são negros. As mulheres e homens negros representam 10% e 9%, respectivamente, do total de trabalhadores das empresas.
A pesquisa também concluiu que 11% dos funcionários brancos nas bancas são sócios. Quanto aos negros, não há uma quantidade significativa de sócios, nem de advogado sênior, pleno ou sequer de júnior.
Entre os cargos relacionados ao Direito, só há quantidade significativa de negros na função de estagiários. Eles representam 9% do total de negros que participaram do estudo.
A pesquisa também revelou que 36% dos negros sabem de vagas de trabalho pela internet, enquanto uma das principais formas dos brancos para se informarem de oportunidades de trabalho é por meio de amigos ou parentes.
3 Comentários
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Ok, então o que faremos?
Vamos criar cotas. continuar lendo
Aposto que irão aparecer pessoas dizendo que nos vitimizamos e nos passamos por coitados. Mas se você não passa pela situação na própria pele, não tem propriedade para falar do assunto. Estive diante de todas essas grandes bancas, todos brancos, não vi um negro no evento que participei. Além do preconceito racial, existe o social, pois nenhum estudante de periferia é contratado por esses escritórios. Os emails que enviei foram para a lixeira, não houve nenhum retorno, mesmo tendo um currículo com experiência.
Por mais que eles tentem criar um movimento de inclusão, a inclusão tem que ser verdadeira, sem ver cor, sexo ou classe social. continuar lendo
É uma segregação "camuflada!"
Diante de inúmeras políticas de inclusão, ainda é nítido a predominância de estudantes que são selecionados a dedo por universidades com base em R$ ou aparência.
Um passo a frente no discurso, e três atrás na prática. continuar lendo