Demissão de Cintra pode melhorar interlocução com o Congresso
Grande parte de parlamentares questionavam Cintra; fontes apostam em menor participação da Receita na reforma
A demissão de Marcos Cintra do cargo de secretário da Receita Federal, na última quarta-feira (11/9), melhora a interlocução do Executivo com o Congresso em torno da reforma tributária, segundo interlocutores próximos ao governo. Cintra era questionado por parcela expressiva dos parlamentares, entre outros fatores, porque defendia tributar inclusive igrejas.
Além disso, observadores da cena política em Brasília entendem ser inviável um secretário de Receita tomar a frente da reforma tributária. Seria como delegar ao presidente do INSS a condução da reforma da Previdência, comparam. Nesse contexto, a exoneração se trata de uma substituição politicamente estratégica.
“A Receita Federal é uma operadora, mas não deve dar a palavra final ou conduzir o processo de reforma tributária”, afirmou ao JOTA uma interlocutora que acompanha as discussões sobre a reforma tributária.
A ideia de criação de um novo imposto expôs o núcleo político de Jair Bolsonaro a um bombardeio de críticas nos últimos dias, sobretudo nas redes sociais. Como resposta, na quarta-feira (11/9), Bolsonaro postou um tweet afirmando que a “recriação da CPMF ou aumento da carga tributária estão fora da reforma” por determinação sua. Partiu do presidente a iniciativa de demitir Marcos Cintra, segundo apurou o JOTA.
Foram resgatadas mensagens e gravações de ministros e auxiliares do presidente com falas veementes contra a recriação da CPMF, vista como “estelionato eleitoral”.
O próprio Bolsonaro foi cobrado, mas vinha sendo convencido por Guedes de que a tributação seria uma janela para gerar 10 milhões de empregos em curto prazo.
0 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.