Dodge termina mandato sem legado expressivo e com Lava Jato enfraquecida
Gestão foi marcada por atritos com membros do MPF e queda no número de delações e denúncias
Sem conseguir a recondução, Raquel Dodge se despede de um mandato conturbado na Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta terça-feira (17/9) e passa a cadeira, interinamente, a Alcides Martins. Só depois de ser sabatinado e aprovado pelo Senado, Augusto Aras, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao posto, poderá assumir.
A primeira mulher a assumir a PGR deixa o cargo sob críticas de ter enfraquecido a Operação Lava Jato, e com pouco apoio entre os membros do Ministério Público Federal. Vista por muitos procuradores como centralizadora e pouco aberta ao diálogo, Dodge chegou a levar para o Supremo Tribunal Federal sua insatisfação com a fundação bilionária prevista pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba – e saiu vitoriosa.
Por outro lado, Dodge levantou como suas principais bandeiras a proteção às minorias, meio ambiente e liberdade de expressão.
Durante a eleição de 2018, acionou o STF para garantir que universidades tivessem seu direito de expressão protegido. Foi cautelosa, porém, ao enfrentar o Executivo, tanto no governo Michel Temer – que a indicou – quanto no governo Jair Bolsonaro, com poucas ações questionando suas medidas.
Na reta final do mandato de dois anos, Raquel Dodge mandou recados em defesa da democracia e alertas para que ela seja preservada. “Fiquem atentos a todos os sinais de pressão sobre a democracia liberal, vez que no Brasil e no mundo surgem vozes contrárias ao regime de leis, ao respeito aos direitos fundamentais e ao meio ambiente sadio também para as futuras gerações”, falou em sua última sessão como PGR no Supremo Tribunal Federal.
5 Comentários
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O "sistema" ! continuar lendo
Entretanto, se manifestou - às pressas - em vários expedientes. Oxalá, tivesse deixado ao próximo. continuar lendo
Não é de se admirar. Sendo ela quem é, seguindo quem segue, não é surpresa alguma. continuar lendo
Quando ela arquivou a delação do Léo que atingiria o presidente do STF e o presidente da Câmara, onde os procuradores do caso, pediram afastamento, já estava decretada o seu fim, e ainda saiu atirando para todos os lados continuar lendo